ANÁLISE ESPACIAL DA ÁREA DO MUNICÍPIO DE LISBOA DURANTE A PRÉ-HISTÓRIA RECENTE

Autores

  • Eva Leitão Centro de Arqueologia de Lisboa
  • Carlos Didelet Centro de Arqueologia de Lisboa
  • Guilherme Cardoso Centro de Arqueologia de Lisboa

Palavras-chave:

Lisboa, Calcolítico, Neolítico, arqueologia da paisagem, análise espacial, Lisbon, Neolithic, Chalcolithic, landscape archaeology, spacial analysis

Resumo

Resumo:

Os estudos arqueológicos de Pré-História em Lisboa têm tradição antiga, contando com mais de século e meio, versando em particular o lado artefactual.

Apresentamos uma proposta de estudo de ocupação humana do atual território de Lisboa durante a Pré-história Recente, sugerindo reconstrução de uma possível paisagem há muito desaparecida. O conhecimento que dispomos acerca do período que agora estudamos, dá uma dispersão de dados que quando observados globalmente permite-nos construir uma imagem de um certo padrão de ocupação.

Assim, através de análise espacial da área geográfica em questão, procurámos definir hipotéticos territórios de exploração através de cálculos efetuados em todas as direções, unindo-se os pontos entre si para fechar o território de cada sítio, com base no método determinativo da sua área de exploração agrária e do tempo necessário para percorrer a distância da povoação aos campos de lavoura, pasto e de recursos de líticos.

Beneficiando de um clima de feição atlântica temperado e uma geologia que proporcionou amplos recursos líticos (núcleos geológicos como a Formação da Bica, datada do Cenomaniano Superior, apresenta sequenciação de calcários cristalinos com abundantes nódulos de sílex de 

diferentes dimensões e aspeto), a sua exploração decorreu durante largo espectro temporal.

Inerente ao ser humano, a construção de “mapas mentais” de forma a racionalizar e apreender a paisagem envolvente do nosso campo de visão, é fundamental para a percepção da ocupação de um espaço. As diversas cartas de capacidade de solos, a observação da orografia e a implantação de polígonos de Thyssen, possibilitam-nos apresentar alguns dados referentes aos diversos tipos de ocupação territorial, a sua implantação na paisagem e a dispersão demográfica das populações pré-histórias da região em causa.

 

Abstract:

The archaeological studies of Prehistory in Lisbon have an old tradition counting on more than century and a half, dealing in particular with the artefactual side.

We present a proposal for a study of human occupation of the present territory of Lisbon during the Late Periods of Prehistory (Late Neolithic, Early Chalcolithic), suggesting the reconstruction of a possible landscape that has long disappeared. The knowledge we have about the period we are now studying comes from scattered data, which globally observed allows us to construct an image of a certain pattern of occupation.

Thus, through spatial analysis of the geographical area in question, we tried to define hypothetical exploration territories by means of calculations carried out in all directions, joining the points together to close the territory of each site, based on the determinative method of its area of and the time needed to travel the distance from the village to the fields of agriculture, pasture and lithic resources.

Benefiting from a temperate Atlantic climate and a geology that provided ample lithic resources (geological nucleus such as the Bica Formation, dating from the Upper Cenomanian, it presents sequencing of crystalline limestone’s with abundant flint nodules of different dimensions and aspect), its exploitation took place over a long time span.

Inherent in the human being, building "mind maps" in a way to rationalize and apprehend the surrounding landscape of our field of vision fundamental to the perception of the occupation of a space. The various charts of soil capacity, the observation of the orography and the implantation of the area of agricultural exploration, through the time necessary to cover a certain distance, allow us to present some data referring to the different types of territorial occupation, its implantation in the landscape and the demographic dispersion of the prehistoric populations of the region concerned.

 

Downloads

Publicado

2017-08-26